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Como tratar o lixo da nossa casa!

Como tratar o lixo da nossa casa!

Como tratar o lixo* da nossa casa!


Assim como nos outros temas que abordamos até aqui, o que falta é vontade política de implementar medidas melhores para o tratamento do lixo no Brasil. Vemos ainda em toda a cadeia a falta de sistemas inteligentes desde a coleta, o transporte e a destinação final do lixo. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nº 12.305/2010, foi aprovada em 2010, mas muitas das mudanças ainda estão em curso.

Nesta lei, se reforçou a importância da extinção do que chamamos de “lixões” (proibidos no Brasil desde 1981) , uma vez que produzem chorume e podem contaminar o solo e as águas subterrâneas, emitem gases estufa, fora a questão de doenças e risco de acidentes que causam. Mas muitos municípios ainda descartam seus resíduos dessa forma.

Outro ponto que a lei estabeleceu foi que todos os geradores de resíduos são os responsáveis pela destinação final desse resíduo, por exemplo, o produtor de café em cápsulas também é o responsável pelo descarte das mesmas. Mas até os dias atuais também nem todos os produtores conseguiram (ou tiveram interesse) de fechar suas cadeias, ou seja, produzir e destinar adequadamente os resíduos produzidos por seus produtos.

Bitucas de cigarro, a própria cápsula de café (em 2015, a organização Kill the Cup, denunciou que se fossem enfileiradas todas as cápsulas já seria possível dar 10,5 voltas em torno do planeta), e até o lixo eletrônico (que é o tipo de resíduo que mais aumenta no mundo todo) tem seus usos e descartes muito ligados ao nosso estilo de vida, por isso a mudança envolve o modo de produção e também cada um de nós. Pensando em arquitetura, de acordo com dados da Abrelpe de 2015, aproximadamente 45 milhões de toneladas de entulho são produzidas por ano. Dá pra imaginar o impacto ambiental das nossas reformas?
Aqui vamos dar algumas dicas do que podemos fazer para minimizar esses danos e destinar nossos resíduos residenciais da melhor maneira possível.

APLICANDO NA SUA CASA:

Para pensarmos em nossa casa, a primeira questão a ser salientada é sem dúvida separar o lixo reciclável. Isso tem um impacto enorme para o tratamento desses resíduos, e nós conseguimos contribuir com mudanças muito simples como ter duas lixeiras dentro de nossas casas, uma para lixos orgânicos e outra para recicláveis como plásticos, vidros, etc…

Cada cidade possui sua própria organização de coleta de lixo, na sua maior parte essa coleta já inclui a coleta de lixo reciclável, por tanto se informe na sua cidade os dias em que essa coleta é realizada. Para o lixo orgânico algumas formas de descarte são possíveis, mas hoje queremos enfatizar o uso de composteiras, já ouviu falar?

A compostagem é uma das formas como podemos tratar os lixos orgânicos da nossa casa, e é uma solução que tem crescido e sido mais aceita com o passar dos anos. Ela se baseia basicamente na utilização de alguns tipos de lixo orgânico para a alimentação de minhocas que estão dentro do recipiente próprio para a realização da compostagem. As minhocas ajudam na decomposição destes resíduos, os transformando em adubo que você pode usar em suas plantas dentro de casa.

Muitos destes recipientes, “estações” de compostagem já são comercializados para que sejam utilizados e apropriados para residências. Aqui vamos usar o exemplo de um projeto nosso recente, de um apartamento utilizado por três pessoas (o casal e o filho) que tem uma composteira em que converte até 30 litros de lixo orgânico em adubo por mês. 
A composteira era feita com três caixas sobrepostas e continham minhocas que deviam ser alimentadas de acordo com algumas regrinhas.

Para cada parte de lixo orgânico fresco (cascas e talos de frutas, verduras e legumes), devem-se adicionar na Minhocasa duas partes de lixo orgânico seco (folhas de papel ou jornal, folhas secas, serragem, etc.). Nessa proporção garante-se o equilíbrio de nitrogênio e carbono que assegura o sucesso da compostagem. Tudo isso bem picadinho para facilitar a ingestão das minhocas.

As minhocas também podem digerir com facilidade rolos de poeira ou de cabelo, pó de café e filtros de papel, saquinhos de chá, flores e ervas, caixas de pizza não plastificadas, cinzas de churrasqueira etc.Mas atenção: elas não devem ser alimentadas com restos de carne ou peixes (ossos, sim). Também não podem ser colocadas na Minhocasa fezes de cachorros, gatos ou humanos. (Trigueiro. 2017 : 168)

Essa mistura gera calor (nitrogênio dos alimentos e carbono das folhas secas) que auxilia na degradação do lixo. O equilíbrio é essencial, e ao final de todo o processo de compostagem, o resultado é o húmus (terra preta) que era usado nas plantas da casa.

*O termo lixo foi utilizado para melhor entendimento de todos. Porém, o correto é utilizar o termo resíduo, que se refere aos materiais e substâncias que sobram de processos produtivos ou atividades humanas/animais. Esses resíduos se bem descartados podem causar menos impactos ao meio ambiente e até ser reciclado e reutilizado de outras formas.

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