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Como você se relaciona com a cidade, já pensou?

Como você se relaciona com a cidade, já pensou?

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O bairro é uma escala intermediária, entre a rua e a cidade, é um ótimo lugar para começarmos a falar de urbanismo, são as pequenas áreas territoriais nas quais conseguimos nos reconhecer e criar o sentimento de pertencimento. É o lugar onde moramos, onde crescemos, criamos nossos vínculos… Quem aí não lembra daquela partida de bets na rua, das festas juninas organizadas pelos moradores, ou de só ficar na calçada a noite no verão conversando com os amigos? 

As ruas e calçadas, são os órgãos vitais de uma cidade, é nelas que se dá toda a integração e convivência de uma sociedade. É onde desde crianças aprendemos a socializar e construirmo-nos em comunidade, se a rua passa a privilegiar o carro ao invés do pedestre, ela morre e a cidade também. É o que acontece nas grandes cidades, nos viadutos e grandes vias, é quase impossível de se atravessar e muito mais impossível ainda se ter algum tipo de vivência no dia a dia. O bairro é a escala adequada para o pedestre, com distâncias passíveis de serem percorridas a pé.

As ruas da cidade servem a vários fins além de comportar veículos; e as calçadas – a parte das ruas que cabe aos pedestres – servem a muitos fins além de abrigar pedestres. Esses usos estão relacionados à circulação, mas não são sinônimos dela, e cada um é, em si, tão fundamental quanto a circulação para o funcionamento adequado das cidades.

JACOBS, Jane. Morte e vidas das grandes cidades, São Paulo, SP: Editora Martins Fonte, 2000, p.29.

A evolução das cidades e seu crescimento é porém inevitável, bairros com ruas tranquilas e resguardadas do tráfego se tornam vias largas e movimentadas, a pavimentação altera e a vizinhança também, temos mais olhos para a rua agora e são esses olhos que vão vigiar e cuidar dela agora. As relações também se alteram, mas não podemos deixar que nos tirem o nosso sentimento de pertencimento, o nosso reconhecimento no espaço.

O desenho das novas vias devem privilegiar o pedestre, deve ser um local agradável e fácil de se percorrer, com locais de pausa e de encontro. Não podemos perder a nossa essência e deixar as cidades morrerem. O projeto urbano aqui é muito importante, é ele quem definirá os novos usos, porém não pode ser uma imposição, a apropriação por quem ali vive. 

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