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Por cidades planejadas para pessoas

Por cidades planejadas para pessoas

Por cidades planejadas para pessoas


Muito falamos da importância de se planejar cidades e espaços públicos, de como esse planejamento pode mudar a vida particular e social de uma cidade. É um fato, uma cidade planejada consegue prever e diminuir muitos problemas como: distribuição demográfica e de trabalho, transporte, áreas de convívio, equipamentos de uso público (escolas, hospitais, creches…), mas para um bom planejamento ser realizado, os urbanistas, engenheiros, planejadores devem olhar primeiro para a cidade.

Planejar uma cidade, sem estudar, entender os macro e micro funcionamentos, problemas, nuances, rotinas, nos levam a planejamentos tão equivocados quanto espaços não planejados. Parece óbvio, mas uma cidade deve ser planejada para cidadãos, e entender a fundo a dinâmica de cada local específico é importante. Um planejamento “importado”, que não foi pensado especificamente para aquele local, que foi meramente replicado de um outro espaço, e muitas vezes de outro país, definitivamente não irá funcionar na prática, e infelizmente é o que vemos muitas vezes aqui no Brasil.

Não à toa nossas cidades crescem de forma tão desordenadas e desconexas, produzindo espaços que não condizem ou não solucionam a realidade. Por exemplo produzimos grandes centros empresariais e comerciais, tentando alcançar cidades como Nova Iorque, porém o transporte público não é pensado conjuntamente, ocasionando em engarrafamentos e distanciamento das pessoas ao trabalho. Ao mesmo tempo, a valorização de imóveis não é controlada, fazendo com que sempre os mais pobres se distancie cada vez mais desses centros.

projeto Casulo para o minhocão (São Paulo -SP)

Para solucionar o problema de habitação para os mais pobres, (mais de 6 milhões de famílias não possuem casa no Brasil¹) produzimos mecanicamente casas exatamente iguais, para famílias totalmente diferentes, em áreas bem distantes dos centros urbanos, sem transporte, comercio, escolas ou hospitais, e claro sem nenhuma praça, parque ou área de convívio. Construimos casa, mas não condições de vida a essas populações, que gastam a maior parte do seu tempo em seus trabalhos e no transporte público.

Devemos produzir cidades que lidem com pessoas, e não números. Devemos cada vez mais olhar no interior de nosso país, estados, cidades, bairros e produzir espaços específicos para a necessidades dessas populações. Olhar os números, mas principalmente para as pessoas, suas vivências, o jogo de futebol que ocorre na rua, o comércio feito no puxadinho, a creche improvisada e, assim, torná-los espaços de qualidade. Pensar cidade é prover o acesso a espaços mais qualificados e, também, projetar uma cidade em que as pessoas passam menos tempo no trajeto trabalho-casa e tenham tempo hábil para desfrutar da cidade e sua sociabilidade.

¹  fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44028774

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